Num artigo da Jornal da USP analisa os impactos negativos da mobilidade urbana no Brasil: congestionamentos, poluição, dependência intensa do automóvel, e desigualdades no acesso ao transporte. O panorama apresentado revela que muitas cidades latino‑americanas permanecem fortemente viradas para o carro privado, o que limita a eficácia dos modos coletivos e suaves.
O texto destaca que essa dependência automóvel está associada não apenas a custos elevados (em termos económicos e ambientais), mas também à exclusão social — quando o transporte público é insuficiente ou ineficaz, muitos cidadãos veem-se obrigados a optar pelo carro, ou ficam limitados nas suas oportunidades de deslocação.
Para além disso, o autor refere que é urgente repensar os instrumentos de planeamento urbano no Brasil: bairros mais compactos, usos mistos do solo, melhor integração entre modos e investimento em mobilidade sustentável.
Para os países europeus e portugueses, a lição é dupla: primeiro, que o caminho para a mobilidade sustentável não é automático nem “natural”; segundo, que evitar a armadilha da expansão rodoviária baseada no automóvel implica políticas ativas, financiamento e vontade política.
Fonte: Jornal da USP